A Climate Bonds e o Asian Infrastructure Investment Bank revelam que as finanças podem resgatar empresas
Londres: 20/10/2022: 08:00 GMT+1: As conclusões do relatório sobre a aplicação prática do Climate Change Investment Framework (CCIF) do Asian Infrastructure Investment Bank (AIIB) e Amundi foram divulgadas, revelando que as empresas na Ásia estão ficando para trás nas propostas de ação climática. A estrutura CCIF mede o desempenho da empresa em relação a três pilares do Acordo de Paris (adaptação, mitigação e resiliência) para avaliar seu desempenho climático. Os resultados sugerem que há uma enorme lacuna de financiamento sustentável que oferece oportunidades para investidores em toda a região.
Sobre o Climate Change Investment Framework (CCIF)
Lançado em setembro de 2020, o Climate Change Investment Framework (CCIF) do AIIB - Amundi fornece aos investidores uma referência para avaliar investimentos em relação aos riscos e oportunidades financeiros relacionados às mudanças climáticas. O CCIF traduz os três objetivos do Acordo de Paris em métricas fundamentais que permitem aos investidores avaliar o nível de alinhamento de um emissor com os objetivos de mitigação, adaptação e resiliência às mudanças climáticas e transição de baixo carbono. Para cada objetivo, o CCIF estabelece as principais métricas para avaliar os riscos e oportunidades financeiras. O CCIF foi desenvolvido em conjunto pelo AIIB e Amundi e foi endossado pela Climate Bonds Initiative (Climate Bonds).
Principais conclusões
Por Setor
- O uso do CCIF mostra uma grande variação no alinhamento de
osetores com os objetivos do Acordo de Paris.
A maioria dos setores relata reporta sobrea mitigação, mas as inconsistências são abundantes. Há relatórios reportes limitados sobre os riscos físicos relacionados às mudanças climáticas e há variação na contribuição financeira entre os setores.
- O CCIF é uma ferramenta robusta de benchmarking, mas a capacidade financeira também deve ser considerada em avaliar a capacidade de transição das empresas.
Reduzir as emissões de carbono, garantir a resiliência e investir em tecnologias verdes são processos de capital intensivo, portanto, a transição verde de uma empresa depende parcialmente de sua saúde financeira. Em reconhecimento a isso, a capacidade financeira foi adicionada ao CCIF.
Por empresa
- Maior foco em energia renovável e medição de GEE.
A maioria das empresas adotou estratégias de mitigação do clima, adquirindo energia renovável e medindo e relatando pelo menos as emissões de gases de efeito estufa (GEE) de Escopo 1 e Escopo 2. Menos empresas estabeleceram metas científicas de 1,5 grau e/ou se comprometeram publicamente com metas de emissões líquidas zero.
- Mais esforços necessários para conceber e implementar medidas detalhadas de adaptação.
São necessários mais esforços para conceber e implementar medidas de adaptação detalhadas. A maioria das empresas realizou avaliações de risco climático físico. No entanto, poucas empresas incorporaram análises financeiras e implementaram medidas para responder a esses riscos. Além disso, enquanto muitas empresas divulgaram seus planos de mitigação climática, poucas empresas se concentraram em planos de adaptação climática de longo prazo.
- Aumento do investimento em tecnologias verdes e integração da economia circular nas operações.
Aumento do investimento em tecnologias verdes e integração da economia circular nas operações: a maioria das empresas se concentrou em otimizar o consumo de energia em seus produtos e serviços por meio de investimentos em tecnologias energeticamente eficientes. Foram observadas iniciativas contínuas de pesquisa e desenvolvimento para exploração de tecnologias verdes e avaliações de ciclo de vida na maioria das empresas analisadas.
Por emissor
- Nenhuma empresa teve um bom desempenho em todos os três objetivos do CCIF.
Mesmo entre os emissores de títulos verdes, esta análise não identificou nenhum emissor que se saiu bem em todos nos três objetivos do CCIF: mitigação (definição de metas e estratégias), adaptação (baixa exposição ao risco e/ou planos e estratégias de adaptação) e contribuição financeira (receitas alinhadas ao clima).
- Os melhores desempenhos foram caracterizados por receitas significativas alinhadas ao clima e por estarem em situação de áreas de baixo risco.
Juntas, essas empresas tinham dívidas pendentes de US$ 466 bilhões. No entanto, devido à natureza imprevisível dos impactos climáticos, essas empresas podem, no entanto, estar expostas a riscos climáticos se não desenvolverem estratégias credíveis confiáveis de transição, adaptação e resiliência.
- A maioria das empresas está sujeita a riscos climáticos físicos, mas não está tomando medidas para gerenciá-los.
Apenas 14% das empresas pesquisadas possuem um plano de adaptação e resiliência, deixando o restante exposto a possíveis perdas financeiras. Isso é particularmente relevante para empresas de mercados emergentes pois muitas já sofrem desproporcionalmente com os impactos físicos das mudanças climáticas. Mais ações de planejamento e implementação são fortemente recomendadas para gerenciar os riscos climáticos.
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